Nosso mundo é feito de imagens. Rostos, expressões e gestos formam um mosaico de comunicação que por vezes dispensa a palavra e que são construídos, interpretados e reconstruídos em nossas trocas diárias. Olhamos para as pessoas e, muitas vezes, acreditamos ver tudo o que há para ser visto. O semblante tranquilo de um colega, o […]
Hoje trago um texto inspirado em dois Mários: O Quintana e o Cortella. Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano Vive uma louca chamada Esperança E ela pensa que quando todas as sirenes Todas as buzinas Todos os reco-recos tocarem Atira-se E — ó delicioso voo! Ela será encontrada miraculosamente incólume na […]
A autonomia é uma questão chave no divã, e como todas as questões chaves da clínica psicanalítica, é desafiadora. Ouço muito em meus pacientes a busca pela autonomia, muitas vezes sendo confundida com a independência e isso pode realmente ser confuso, pois vivemos em uma sociedade cada vez mais independente para determinadas situações, mas com […]
“Eu só sinto cansaço, vivemos em um mundo cansado.” Esta é uma das afirmações mais presentes na minha clínica atualmente. Nesta última semana, uma paciente absolutamente exausta por todas as suas funções trouxe o seguinte questionamento: E se eu não fizer tudo o que preciso fazer, quem fará? Alguém se identifica com esta afirmação? Pensando […]
Dando sequência à nossa troca sobre o tempo, como combinamos na última semana, trago um pouco de mitologia para temperar a psicanálise. Vivemos em um mundo regido pela crença de que tempo é dinheiro, mas também é vida, e, nesta mesma crença, a vida é jovem e sorridente! No corre-corre diário e em nossas interações […]
O hoje é ditado pela velocidade. Antes, o tempo era marcado pelas refeições, pelas estações do ano, nascimentos, casamentos, mortes, às vezes pela passagem de um cometa, e isso imprimia um ritmo que hoje nós só conseguimos, de alguma maneira, experienciar em literatura, filmes ou séries de outras épocas. Hoje tudo é cronometrado, pautado em […]
Se o apego soubesse. Se o apego soubesse que existem os rios, ele se permitiria um banho e a se soltar em suas corredeiras, que levam para a outra margem, onde veria seu desejo com alguma distância… Se o apego soubesse que existem as estações, no outono veria as folhas das árvores caírem como cartas […]